
Bom dia, dr.! Tenho quase 30 anos, sou mulher, e sou obesa há uns 8 anos. Nos últimos meses tenho me esforçado para perder peso e não consigo. Tenho 92 kg e 1,60m. Tento seguir a dieta sempre que dá, mas o resultado é muito lento. Que conselho o senhor me daria ?! Não tenho nenhuma qualidade de vida com esse corpo, tanto física como mentalmente. Grata pela atenção!
Você está lutando contra um quadro crônico, multifatorial e desafiador. Ter compaixão por si mesma e procurar ajuda especializada não é fraqueza, é maturidade.
Vamos lá:
Seu quadro atual é de uma obesidade grau II
(IMC = 35,9) o que indica riscos aumentados de doenças metabólicas, articulares, cardiovasculares e psicológicas, além de impacto funcional (mobilidade, autoestima, sono etc.). Portanto, vale a pena tratar com seriedade e dedicação.
O que fazer:
1. Avaliação médica completa com endocrinologista.
• Função da tireoide (dosar TSH, T4 livre).
• Investigar Síndrome dos ovários policísticos (comum em mulheres jovens e ligada à resistência à insulina).
• Resistência insulínica (HOMA-IR, insulina em jejum).
• Perfil lipídico, hepático e renal.
• Excluir apneia do sono (impacta o metabolismo e energia diária).
2. Dieta com estrutura e acompanhamento regular
Você mencionou “seguir a dieta sempre que dá”. Isso indica que há lacunas na constância.
Solução: uma nutricionista capacitada em comportamento alimentar pode ajudar com estratégias realistas, incluindo pausas, compensações e foco em qualidade nutricional, sem culpa.
3. Exercício físico adaptado
Começar com:
• 30 min de caminhada leve a moderada (5x/semana).
• Reforço muscular duas vezes por semana (mesmo que em casa).
• Depois, considerar hidroginástica, dança ou pilates.
4. Medicação ou terapia auxiliar (se indicada)
Para alguns casos como o seu, vale discutir com um endocrinologista o uso de:
• Medicações para controle do apetite ou resistência insulínica.
• Exemplo: semaglutida, liraglutida (injeções semanais, muito eficazes — mas precisam de critérios).
5. Saúde emocional e acompanhamento psicológico
• Muitas mulheres em situação semelhante carregam culpa, vergonha e fadiga emocional.
• Uma psicóloga especializada em comportamento alimentar pode ajudar a lidar com gatilhos emocionais e autoestima, sem julgamentos.

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